Intriga : III

Carlos - Capítulo 3: Já que você pronunciou meu nome, terei de matá-lo.

Acendi um charuto. Não sou viciado nesta droga, mas as vezes me acalma ,preciso admitir. Nossa, essa fumaça toda me deixa relaxado. Mas não posso baiaxr a guarda. Tenho certeza que logo, grnades cachorros estarão me caçando. Mas nem grandes manadas de cachorros são capazes de derrotar este animal. A chuva caia, molhando minha cabeça. Sempre dizem que é prejudicial a saúde... logo a água, o melhor dos elementos. Precisava pensar, e logo. Onde Ericson poderia estar morando. Grande mistério. Aquele canalha nunca tinha uma mentalidade igual. Mudava de esconderijos como mudava de mulheres. E o pior, mudava de personalidade como mudava de rosto. Realmente difícil. Era como procurar uma agulha no palheiro. Com um bando de animais selvagens querendo sua cabeça acima de tudo.

Pra minha sorte, essa é minha agulha predileta de caçar. Me aproximei do carro estacionado. Com certeza, um bom carro. Provavelmente de algum milhonário que estava trepando com as trabalhadoras da casa ao lado. Roubar este carro vai me trazer problemas. Mais problemas melhor dizendo. Lidar com gente rica aqui não é nada bom. Mas no momento, era o que eu tinha a disposição. Era isso ou acabar sendo encontrado novamente. Não, não posso enfrentar mais federais agora, me atrapalhará na busca. Mas se eu pegar este carro, como iria fazer funcioná-lo? Espera, já sei a solução.

-Por favor não me mate ! - suplicou assustado, um homem gordo e peludo,
apenas com uma colcha em volta, enquanto Palomita estava deitada na cama. Palomita, grande amiga, mais uma ótima pessoa que sofreu pelos ares sujos desta nação. No momento, ela aparentava estar em duvida se ria ou se gritava comigo, por estar atrapalhando o seu trabalho.

-Se tu quer fazer o vai e vem de novo, me diga onde está a chave do teu carro - retruquei, amedontrando aquele porco- não perguntarei de novo!

-No bolso da minha calça, só não me mate, por favor- respondeu finalmente, totalmente enxargado pelo suor.

Peguei a chave do bolso do homem. Estava em baixo de uma camisinha. Precisava sair dali. O cheiro do dinheiro dele me irritava profundamente. Chegava a ser nauseante. Sai daquele inferno, onde as belas garotas e as donas do local me cumprimentaram. Entrei no carro, peguei a arma do porta-mala. Uma pistola portátil. Seria de bom uso. Neste momento uma idéia cruzou meu pensamento. O ponto-chave: a resposta para onde Ericson foi...

Rumo ao morro mais alto. Sabia que ele queria segurança e distância da sociedade. Nada melhor que a favela mais perigosa da cidade, para morar: o Sertão de Jesus. Um nome um tanto contraditório, pois o único Jesus que pisou ali foi um traficante que colocou fogo na familia do ultimo delegado e jogou o video na internet. Foi morto por um concorrente, que era ainda mais cruel. Desde então, nenhum tira colocava os pés ali.

Mas toda essa ladainha de tráfico não me importava agora. Eu precisava de Ericson, e a esta altura do campeonato, ele provavelmente também esperava minha visita. Mas qual das casas seria? A mais alta e bem protegida, certamente. Próxima do maior traficante da atualidade: Boquinha. Nunca entendi o apelido, e o nome veradeiro , ninguém sabe. Os poucos que ouviram tiveram a morte como destino. Ninguém descobre o nome dele e saí vivo.

Ao menos, ninguém até minha chegada.

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