Intriga : IV

Carlos Capítulo 4: Você fala demais para quem tem só uma boquinha

O estrago que fiz foi grande. Não haveria de ser de outro jeito. Os soldados dessa favela estavam exterminados. Os moradores dali não arriscariam colocar um pé pra fora de casa. Todo mundo sabia, ouviu tiro, é melhor se esconder na cama e começar a rezar. A primeira tropa de assassinos do traficante mal havia sido assassinada por mim. Olho para frente, respiro um pouco enquanto regarrego minhas Uzis. Tenho que economizar balas, ainda virão muitos cachorros para serem eliminados. No fim, estou fazendo um favor social a polícia. O delegado vai me retribuir pessoalmente depois. Querendo ou não.

Mais guerrilheiros da favela chegam, armados até os dentes. E agora, que rumo seguir: enfrentá-los desesperadamente ou me esconder? Ação ou esperteza?

Resolvi puxar minha granada e atirar contra os malditos. Isso ia causar algum barulho, e com certeza me daria tempo para passar entre eles. Ao atingir o chão, os malditos perceberam que estavam ferrados. Logo após a explosão, pulo para frente, atingindo-o os dois sobreviventes da explosão, explodindo seus corações. Nossa, isto realmente está uma bagunça.

Acendo mais um cigarro, coloco no canto da boca. É melhor roubar alguma arma destes presuntos. Abaixo-me e pego uma espingarda. Creio que seja o suficiente, pois este morro está ficando cada vez mais estreito.

-Parado aí, seu monte de merda.

Foi o que disse uma voz agressiva, vindo de cima. Olhei para direção de onde o som veio: um homem extremamente deformado e grotesco estava em cima do telhado. Mais grotesco do que eu, se é que isto era possível. Sem armas de fogo.

- Estou falando com você, e quando eu falo com alguém, to querendo resposta!
-A única resposta que eu vou lhe dar é um buraco no meio da cara. -respondi friamente.

Mal acabei de pronunciar aquelas palavras e o animal pulou em cima de mim com uma espada. Não tive certeza, mas a origem é chinesa. Extremamente cortante, isso poderia me atrapalhar.

- Vou te ensinar a ficar quieto enquanto eu falo.

Era admirável ver que um tanque de força tinha tamanha agilizade. Finalmente um adversário que me distraisse um pouco. Sua espada veio em direção a minha face, mas consegui me esquivar, sentindo o vento daquela lâmina oriental em meu rosto. Usei um golpe infalível contra esse tipo de animais: um chute nos testículos. Por alguns segundos, sua agilidade ia diminuir. O segundo chute, é para tirar a postura de forte. E o terceiro, para manter uma distância entre nós.

Ele demonstrou então que pode ter fraquezas: um pequeno gemido de dor. O bastardo então não era invencível. A espada veio em minha direção, mas consigo mudar o rumo de sua lâmina com minha espingarda. Na direção contrário, um soco dele atinge meu peito, mas nada que fosse me causar um movimento muscular facial de dor. A espada volta novamente a tentar a me acertar. Duas vezes o mesmo golpe: ágil, forte, mas sem nenhuma inteligencia.

Desta vez meu golpe em sua mão fez o tanque perder o controle: a própria espada volta-se contra o dono, decaptando-o. É melhor eu pegar esta espada.

Caminhei rumo a uma casa relativamente bonita, quando comparada as outras. Nem um pouco discreta. Ao derrubar a porta, sabia o que encontraria: lá estava Boquinha, sentado atrás de uma emsa e dois de seus homens apontando armas para minha cabeça.

- Você derrotou minhas tropas - começou então ele a falar. Seu apelido fazia justiça a sua face: uma boca minuscula, e nojenta, se mechia para dar tom aquelas palavras - Mas agora, você está a beira da morte. Só preciso levantar meu dedo e seus miolos se espalharão pelo meu carpete. Mas não quero desperdiçar um talento como você. Você matou meu melhor soldado.

Naquele momento, seus olhos começaram a ter um tom vermelho, vermelho como as chamas do inferno, aquele maldito era realmente um demônio sem alma. Olhando em seus olhos, ouvindo sua maldita voz, podia sentir cada morte que ele causou. Cada problema.

- Apartir de agora, você será meu servo. Terá tudo que quer, todo arsenal. Poderemos travar uma guerra contra o delegado. Eu sei que você quer encontrar com ele. Seu antigo amigo, que por sinal, trabalha comigo, me falou tudo sobre você. Tudo mesmo. Se você trabalhar comigo , poderá alcançar a glória de sua vida, dominaremos esta cidade em uma organização. Então o que me diz, será meu servo, ou prefere a morte?

-Prefiro a sua morte.
-Seu insolente! Homens, matem ele!

Nenhuma resposta dos cães-de-guarda ocorreu.

-Seus homens estão mortos, Boquinha.

A cabeça dos bastardos caem no chão, enquanto posiciono minha espada.

-Seu maldito!

-Você fala demais para quem tem uma boca deste tamanho, Francisco.

-Maldito, como você sabe meu nome?

-Sinceramente, você acha que eu não reconheceria o demônio?

Neste momento , atirei minha espada em direção a cabeça dele. Ela deveria ser decepada,entretando ele levantou seus braços despeeradamente. Suas mãos foram decepadas, e metade do seu escalpo cortado.

- Ericson vai matá-lo...

Estas foram as últimas palavras saidas da boca do traficante Boquinha, outra hora conhecido como Francisco. Explodi suas duas orelhas com minha espigarda e deixei-o ali, esperando a morte.

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